O dólar opera em queda nesta sexta-feira (9), influenciado por dois fatores principais: a inflação no Brasil dentro das expectativas e a sinalização de recuo nas tarifas comerciais dos Estados Unidos. A moeda americana era negociada a R$ 5,64 por volta das 14h20, após ter fechado em baixa de 1,47% no dia anterior.
Já o Ibovespa, principal índice da B3, seguia em alta e chegou a atingir 137.286 pontos — o maior patamar desde setembro de 2024 — refletindo o otimismo com o cenário macroeconômico e as perspectivas de fim do ciclo de alta da Selic.
Inflação dentro do esperado impulsiona otimismo
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,43% em abril, conforme dados divulgados pelo IBGE. O resultado ficou em linha com as projeções do mercado e reduziu pressões sobre a política monetária. O grupo de Alimentação e bebidas, seguido por Saúde e cuidados pessoais, foi o principal responsável pela elevação dos preços.
A leitura do mercado é de que o cenário atual dá margem para o Banco Central adotar uma postura mais cautelosa em relação a novos aumentos na Selic, hoje em 14,75%.
EUA sinalizam recuo no tarifaço
No cenário externo, o governo norte-americano anunciou um acordo comercial com o Reino Unido, reduzindo tarifas sobre alumínio, aço e automóveis. Além disso, o presidente Donald Trump indicou estar disposto a diminuir as tarifas contra a China de 145% para 80%, delegando a decisão final ao secretário do Tesouro, Scott Bessent.
A trégua nas tensões comerciais foi bem recebida pelos investidores, que agora monitoram as negociações entre EUA e China previstas para o fim de semana na Suíça.
Reflexos no câmbio e juros
Com o alívio nas tensões externas e a inflação sob controle, o real se valorizou frente ao dólar. A moeda americana acumula queda de 8,39% no ano e recuo de 0,28% em maio até agora.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic nesta semana, mas o comunicado indica que o ciclo de alta pode estar próximo do fim. A combinação de inflação estável, desaceleração global e política monetária cautelosa ajuda a explicar a valorização da bolsa.
Ibovespa em alta: fatores de impulso
A valorização do Ibovespa reflete o alívio externo e os bons resultados corporativos divulgados ao longo do dia. O índice acumula ganho de 13,26% no ano e 0,86% apenas neste mês.
Especialistas avaliam que a mudança no balanço de riscos do Banco Central, agora mais equilibrado entre fatores internos e externos, sinaliza estabilidade para os próximos meses.