EUA e China retomam negociações tarifárias em Genebra após impasse inicial

Representantes dos Estados Unidos e da China encerraram neste sábado (10) o primeiro dia de negociações em Genebra, Suíça, sem anunciar avanços concretos na redução das tarifas comerciais que impactam ambas as economias. As conversas, que duraram cerca de oito horas, reuniram o vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng, o secretário do Tesouro dos EUA Scott Bessent e o representante comercial americano Jamieson Greer. As delegações planejam retomar as discussões neste domingo (11).

Este encontro marca a primeira reunião presencial entre os dois países desde a imposição de tarifas superiores a 100% sobre os produtos um do outro. Atualmente, os EUA aplicam uma tarifa de 145% sobre as importações chinesas, enquanto a China impõe uma taxa de 125% sobre os produtos americanos. A escalada tarifária teve início em abril, quando o presidente Donald Trump declarou o “Dia da Libertação”, implementando tarifas adicionais sob a justificativa de corrigir práticas comerciais desleais.

Apesar da ausência de declarações oficiais após as negociações, o presidente Trump expressou otimismo nas redes sociais, sugerindo que uma tarifa de 80% sobre produtos chineses “parece adequada”, sinalizando uma possível disposição para reduzir as taxas atuais.

Histórico das tarifas e contexto das negociações

A guerra comercial entre EUA e China intensificou-se nos últimos meses, com ambos os países impondo tarifas significativas sobre os produtos um do outro. Em fevereiro, Trump iniciou com uma tarifa de 10% sobre as importações chinesas, que foi progressivamente aumentada até atingir 145% em abril. Em resposta, a China implementou tarifas de 125% sobre produtos americanos, afetando setores como agricultura e tecnologia.

As negociações em Genebra são vistas como uma tentativa de aliviar as tensões comerciais que têm impactado negativamente os mercados globais e as cadeias de suprimentos. Analistas, no entanto, mantêm expectativas modestas quanto a avanços significativos, dada a complexidade das questões envolvidas e a necessidade de concessões mútuas.

Demandas e posições das partes

A delegação chinesa enfatizou a necessidade de os EUA demonstrarem sinceridade nas negociações, incluindo a revisão das tarifas unilaterais e a correção de práticas consideradas equivocadas. Por outro lado, os EUA buscam uma redução do déficit comercial com a China e reformas estruturais na economia chinesa, especialmente em áreas como propriedade intelectual e subsídios estatais.

Além das questões comerciais, a crise do fentanil também entrou na pauta das discussões. A presença do chefe de segurança pública da China, Wang Xiaohong, nas negociações indica a disposição de Pequim em abordar preocupações dos EUA relacionadas ao tráfico da substância.The Wall Street Journal

Perspectivas futuras

As negociações devem continuar neste domingo, com ambas as partes buscando encontrar um terreno comum para reduzir as tarifas e restaurar a confiança mútua. Embora um acordo abrangente pareça improvável no curto prazo, passos incrementais podem sinalizar uma trajetória positiva para as relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos das negociações, dada a importância do comércio entre EUA e China para a economia global. Um eventual avanço nas conversas pode trazer alívio aos mercados e às empresas afetadas pela guerra comercial.

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