Em abril de 2025, o Brasil registrou um superávit comercial de US$ 8,15 bilhões, uma redução de 3,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Apesar das medidas protecionistas implementadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as exportações brasileiras para o país norte-americano cresceram 21,9%, totalizando US$ 3,57 bilhões.
O saldo comercial positivo ocorreu em um contexto de aumento tanto nas exportações quanto nas importações. As exportações alcançaram US$ 30,4 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 22,3 bilhões. A corrente de comércio totalizou US$ 52,7 bilhões, representando um crescimento de 0,8% em comparação com abril de 2024.
Impacto das tarifas dos EUA
Em março de 2025, os Estados Unidos impuseram tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, afetando diversos parceiros comerciais, incluindo o Brasil. Apesar disso, as exportações brasileiras para os EUA aumentaram significativamente em abril, indicando uma possível antecipação de compras por parte dos importadores americanos diante das novas tarifas.
Especialistas em comércio internacional sugerem que o aumento nas exportações pode ser resultado de uma estratégia dos importadores para evitar custos adicionais futuros, antecipando suas compras antes que as tarifas tenham um impacto mais significativo nos preços.
Desempenho por produto
Entre os principais produtos exportados pelo Brasil em abril, destacam-se:
- Soja: US$ 5,9 bilhões (queda de 6,1%)
- Óleos brutos de petróleo: US$ 4,5 bilhões (queda de 0,2%)
- Minério de ferro: US$ 2,07 bilhões (queda de 14,3%)
- Café não torrado: US$ 1,25 bilhão (aumento de 36,3%)
- Carne bovina: US$ 1,21 bilhão (aumento de 29,1%)
- Óleos combustíveis: US$ 1,15 bilhão (queda de 11,5%)
Principais destinos das exportações
Os principais destinos das exportações brasileiras em abril foram:
- China e Macau: US$ 9 bilhões (queda de 6,7%)
- União Europeia: US$ 4,76 bilhões (queda de 1,3%)
- Estados Unidos: US$ 3,56 bilhões (aumento de 21,9%)
- Mercosul: US$ 2,2 bilhões (aumento de 33,1%), sendo US$ 1,6 bilhão para a Argentina (aumento de 45,2%)
- Associação de Nações do Sudeste Asiático: US$ 2,15 bilhões (queda de 12,5%)
Acumulado do ano
No acumulado de janeiro a abril de 2025, o superávit comercial brasileiro foi de US$ 17,73 bilhões, uma queda de 34,2% em relação ao mesmo período de 2024. As exportações totalizaram US$ 107,3 bilhões, com uma leve alta de 1,8%, enquanto as importações somaram US$ 89,58 bilhões, representando um aumento de 13,2%.
O cenário comercial brasileiro em abril de 2025 reflete os desafios e oportunidades em meio a políticas protecionistas internacionais. Apesar das tarifas impostas pelos Estados Unidos, o aumento nas exportações para o país demonstra a resiliência e adaptabilidade do comércio exterior brasileiro.
No entanto, a queda no superávit indica a necessidade de monitoramento contínuo das políticas comerciais globais e seus impactos na economia nacional.